A decisão foi comunicada sem muita conversa. A demissão do cargo de CEO da Confederação Brasileira de Vôlei não foi uma surpresa. Nas últimas semanas, Adriana Behar viu aumentar a pressão de algumas federações estaduais para que deixasse o cargo. Uma carta enviada à presidência da entidade exigia uma atitude imediata. Na terça-feira, a dirigente foi comunicada de que não ocuparia mais a função.
A carta das federações chegou a Adriana de forma não-oficial. Ainda assim, a então CEO se viu na obrigação de responder. Fez seu próprio texto, analisando os resultados de sua gestão durante um ano e oito meses. Ainda assim, foi comunicada de que a voz dos dirigentes gritou mais alto junto a Walter Pitombo Laranjeiras e Radamés Lattari, presidente e vice da CBV.
A demissão de Adriana Behar foi fruto da pressão de federações estaduais, insatisfeitas com algumas decisões da CEO. Nos últimos meses, Walter Pitombo Laranjeiras e Radamés Lattari foram procurados por dirigentes das federações para exigir mudanças. Nesta semana, a carta assinada por 11 das federações foi enviada para a diretoria.
Entre as reclamações, o fato de Adriana passar parte de seu tempo nos Estados Unidos, onde tem casa. As federações alegam que a dirigente “se ausenta de seus afazeres profissionais junto à CBV para convivência com familiares, em outro país, sem qualquer justificativa plausível, ainda que adotado o trabalho remoto”. De acordo com os dirigentes, o afastamento impactava nos negócios da entidade e não seria justificável diante do salário recebido pela ex-CEO.
– Na minha visão, sem muito embasamento. Eu não gosto de generalizar. Há federações e federações. Em todos os ambientes temos atores específicos, que trabalham muito bem e que entendem e concordam com o modelo. Não dá para generalizar. Mas, de fato, há aqueles que se incomodam por algum motivo, ou porque não ou porque esperam algo a mais além do trabalho de gestão. Eu fui com o objetivo de fazer a gestão da CBV como um todo. E acho que, em pouco tempo, fizemos bastante coisa. Quando há essa interferência de prioridades diferentes dentro de uma realidade política, fica um abismo grande.
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