Nos Jogos Olímpicos de 2000, Adriana Behar e Shelda foram para Sidney como favoritas. A medalha de ouro era dada como certo no vôlei de praia. A dupla, no entanto, ficou com a prata. Foi uma derrota dura, muito difícil de assimilar. Em 2004, nas Olimpíadas de Atenas, o alto do pódio novamente não veio, mas a frustração deu lugar ao sentimento de gratidão. No Esporte Espetacular deste domingo, a série “Minha Medalha” apresentou o depoimento da ex-jogadora Adriana Behar. Dezessete anos depois, a antiga dupla de Shelda relembrou a conquista da medalha de prata que ela jura não querer trocar por nenhuma outra cor.
– Em 2004, depois que terminou, e a gente de novo no pódio com o mesmo resultado, acho que a gente teve uma sensação de dever cumprido, sabe? Já me perguntaram algumas vezes se eu trocaria todas as minhas medalhas por uma única medalha de ouro olímpico e eu falei que eu não faria isso nunca porque eu tenho que valorizar o que eu conquistei. Cada medalha que a gente conquistou tem um valor, cada medalha que a gente conquistou tem nossa dedicação, tem o nosso suor, tem as nossas alegrias, tem as nossas tristezas, tem os nossos sacrifícios.
O ouro nos Jogos de Sidney era dado como certo. Adriana e Shelda, uma das duplas mais vitoriosas da história do vôlei de praia mundial, saíram do Brasil confiantes no título. A derrota na final pegou a parceria de surpresa. Behar contou que foi um processo muito difícil, muito duro de recuperação, pois, apesar do feito do pódio olímpico, o objetivo era o topo.
– A gente passou os próximos quatro anos com outra percepção dos Jogos Olímpicos. Eu fui para 2004 com orgulho de estar de novo representando o Brasil e com a possibilidade de medalha, qualquer medalha que fosse. Acho que isso faz toda a diferença para um atleta. Então, cada jogo era uma final.
A dupla começou muito bem em Atenas, vencendo os jogos da primeira fase com tranquilidade. Nas quartas de final, as adversárias foram as compatriotas Ana Paula e Sandra, que estavam em melhor fase. A parceria rival ganhou o primeiro set com bastante vantagem. Behar lembrou que, após o empate, alcançou o ápice da concentração de um atleta durante o jogo.
– Até hoje eu tenho a lembrança de que aquele último ponto do jogo aconteceu todo em câmera lenta. A Shelda me pediu para ficar atenta, pois elas sacariam em mim. Eu simplesmente bloqueei, eu não escutava mais nada, não percebia mais nada, não via mais nada. Eu tinha só na minha concentração, o movimento certo, a bola certa e o término dessa partida. A Sandra sacou em mim, a Shelda levantou e eu fiz o que tinha que ser feito, com muito calma, colocar a bola onde, teoricamente, eu achava que fosse cair.
A vitória sobre Ana Paula e Sandra levou Adriana Behar e Shelda à semifinal. Contra a Austrália, elas fizeram um jogo perfeito. Garantiram novamente a vaga na decisão, que agora já não tinha mais o mesmo peso. Behar contou que a dupla foi para a final contra Kerri Walsh e Misty May enxergando tudo por uma outra perspectiva. Gratidão, merecimento… as americanas venceram e iniciaram ali uma sequência de três ouros olímpicos.
– A gente teve o grande orgulho, a grande felicidade, de novo com a mesma medalha, mas ela foi recebida como realmente uma conquista. E a alegria de estar novamente no pódio, depois de 4 anos e com a mesma dupla. Tem um comprometimento muito nosso, porque a gente fala de medalha e de resultado, mas a gente joga a nossa vida toda pra alcançar esse resultado.
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