O Sesc-Flamengo estreia nesta terça na Superliga Feminina 2020/2021 contra o Brasília. O jogo começa às 21h30 e tem transmissão do Sportv. O torneio será um recomeço para todos, mas em especial para uma jogadora que acabou “gostando” da interrupção da última edição do torneio. Ninguém em sã consciência comemora uma pandemia que já deixou mais de 160 mil mortos só no Brasil. Mas em meio a esse cenário triste, houve espaço para uma oportunidade essencial na vida de qualquer pessoa: poder estar ao lado da família quando ela mais precisa. Foi isso que aconteceu com a oposta Lorenne, da seleção feminina de vôlei e do Sesc-Flamengo. Entre a penúltima e a última rodada da primeira fase da Superliga 2019/2020, a jogadora descobriu que o pai estava com leucemia (câncer na medula óssea).
O impacto pela notícia foi grande. Seu Cleber Teixeira, sempre com uma saúde de ferro, estava com uma doença que amedronta só de ouvir falar.
– Em um domingo, ele estava com muita dor no pulmão. Eu nem sabia de nada. Foi antes do jogo contra o Pinheiros (pela penúltima rodada da primeira fase). Quando ele chegou no médico, já nem voltou para casa. Ficaram fazendo exames até descobrirem o que ele tinha. Mas não me falaram nada, porque eu ia jogar. Aí no dia seguinte, ligaram para a Domingas (amiga) e pediram para ela ir lá pra casa. Minha mãe ligou pra ela e me contou. Foi um choque muito grande. Mas eu acredito muito em Deus, e não acreditei que ia acontecer o pior. No sábado seguinte, dormi no hospital com meu pai. Aí joguei no domingo. Mas eu estava muito chocada com tudo que tinha acontecido. No jogo do Curitiba (última rodada), eu estava no vestiário chorando. O Zé falando e eu só sabia chorar. E aí eu pensava “como eu ia conseguir jogar as quartas de final da Superliga assim?”.
Um pensamento legítimo, levando em consideração que os jogadores pouco tempo têm para ficar com suas famílias. Entre treinos, jogos e viagens, as horas que sobram são usadas quase só para descansar. Ainda mais para os jogadores de seleção, que ficam sem férias, como é o caso de Lorenne.
A jogadora precisava dar apoio à família. Precisava estar ao lado do pai. Mas havia uma fase final de Superliga a disputar. E se saindo bem, poderia dar mais um passo para estar nas Olimpíadas de Tóquio, até então marcadas para julho e agosto de 2020. Mas aí veio a pandemia de coronavírus, que parou o mundo e a esfera esportiva. E a Superliga foi cancelada.
– Não foi bom o que aconteceu. Essa pandemia e o coronavírus com milhares de pessoas mortas. Mas ter acabado a Superliga, para mim, vendo o meu lado, me ajudou um pouco na minha questão familiar. A pandemia foi péssima, mas para mim acabou sendo bom por poder ficar com a minha família num momento tão difícil. Acabando a Superliga, eu voltei pra casa, para ajudar minha mãe e meu irmão. Com a quarentena, só podia trocar de acompanhante de 12 em 12 horas. De 7h da noite às 7h da manhã, eu ficava no hospital, e meu irmão ficava de 7h da manhã às 7h da noite. Então eu chegava em casa e só queria comer e dormir. Eu não conseguia treinar. Zero. Mas ele foi melhorando. Fez transplante, deu tudo certo e agora ele tá em casa. Tá ótimo, está curado. Isso para mim era o mais importante.
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