Existe uma frase muito conhecida dos apaixonados por esporte no Brasil que o segundo colocado é o primeiro dos perdedores. A fala é atribuída ao tricampeão mundial de Fórmula 1 Ayrton Senna e entrou, durante muito tempo, na cabeça dos torcedores. Mas, para José Roberto Guimarães, técnico da seleção feminina de vôlei vice-campeã mundial no último sábado, isso está mudando. O treinador, que comandou o time também em outros dois vice-campeonatos mundiais (2006 e 2010) desembarcou em São Paulo na manhã desta segunda-feira orgulhoso do trabalho feito:
– Eu vejo que a repercussão melhorou muito de lá para cá. Antigamente, ser segundo e último era a mesma coisa, hoje a repercussão é bem melhor. Era sempre assim, nos encontravam e falavam “Pô, vocês perderam a final”. Agora, eu acho que por onde a gente passa hoje as pessoas parabenizam porque assistiram e acompanharam o processo. É complicado você atingir e chegar uma final. Então eu acho que hoje se entende mais. A cobrança ela continua a mesma, porém, quando você chega com uma medalha, seja. seja bronze, pô todo mundo zoa, pô legal, muito bom, torcendo muito – disse Zé Roberto, vice-campeão olímpico com a seleção em Tóquio, ano passado.
A seleção feminina de vôlei, aliás, coleciona uma sequência de vice-campeonatos. O time foi prata na Liga das Nações de 2019, 2021 e 2022, além das Olimpíadas de Tóquio, ano passado. Os resultados mostram a constância do time, única seleção que esteve no pódio em todos os torneios citados. Zé Roberto sabe que o resultado tem que ser comemorado, mas não esconde uma pitada de frustração com a final:
– É uma sensação mista, né? De ter chegado uma final e termos conquistado a medalha de prata, não deixa de ser uma conquista depois de tanta dificuldade que nós passamos em doze jogos. Mas é uma frustração. A gente queria a medalha de ouro. Na final, faltou talvez um pouquinho mais no primeiro set, um contra-ataque, dois a mais que nós tivemos chance… – disse.
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